O Projeto Raiz, de incentivo à internacionalização de designers nacionais, promovido pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), apresentou o trabalho de 12 estúdios de design brasileiros na International Contemporary Furniture Fair (ICFF), principal vitrine do setor dos Estados Unidos. O objetivo é ampliar a participação no mercado americano e fortalecer o posicionamento dos profissionais, destacando criatividade e inovação. Dentre as lições aprendidas, nesta que foi a terceira participação do Projeto como expositor no evento, estão o início do trabalho de consolidação dos profissionais que já atuam ou que participam de ações no mercado norte-americano, e a necessidade de consistência percebida pelos que debutaram no evento.
Entenda a percepção de Eduardo Santarrossa, Consultor do Projeto
É a de que os designers que participaram do evento nas últimas edições alcançaram a maturidade comercial refletida nos resultados positivos deste ano, incluindo a conquista do prêmio ICFF Editors Award, que elegeu o Sérgio Matos o melhor profissional na categoria de móveis para área externa. “Os expositores estão mais conectados com o mercado internacional e a excelência de seus produtos está totalmente equiparada ao grau de exigência do mercado externo. O Brasil está sendo muito bem representado”, avalia.
Entenda a percepção Sérgio Matos
A identidade brasileira de seus produtos agrada o mercado americano, que se interessa em entender o conceito de suas criações, inspiradas totalmente em elementos brasileiros, a exemplo da fruta carambola e dos cintos das selas de cavalos. “As pessoas ficam surpresas e pedem para se sentar e experimentar o mobiliário”, conta. Seus móveis serão lançados no verão americano em Hamptons, balneário litorâneo de luxo do estado de Nova Iorque. Dentre as perspectivas, uma rede hoteleira americana e um novo canal de distribuição na América Central.
Entenda a percepção do designer Brasileiro Jader Almeida
Que esteve nas três edições em que o Projeto participou da ICFF, reforça que para consolidar o nome no exterior é necessário um trabalho consistente e a longo prazo, além de uma estratégia bem definida. “É preciso criar uma identidade própria e a alinhar com sua estratégia de atuação seguindo uma direção única. Inevitavelmente, os investimentos internacionais trazem reconhecimento e posicionam a marca no mercado externo”, aconselha Juno Lauschner, Gerente de Exportação da Sollos, empresa parceira do designer. Nos planos futuros, o desenvolvimento de uma atuação fixa em Nova Iorque.
Entenda a percepção do designer Wagner Archela
Embora já tenha experiência no exterior, o designer Wagner Archela, que debutou na ICFF através do Projeto Raiz, colheu frutos da sua participação: suas peças serão vendidas na Bobo – Intriguing Object, em Atlanta. Para ele, a feira é altamente qualificada e trouxe boas perspectivas de negócios em Nova Iorque e em Orlando, com uma rede hoteleira. “Muitos são os países que trazem seus designers e produtos para o evento e o Brasil foi extremamente bem representado pela iniciativa do Projeto”.
Conrado Sang Silva, da Faro Design
Outro estreante na ICFF, Conrado Sang Silva, da Faro Design, avalia que a participação foi fundamental para aprender como se comporta o mercado americano e o que é necessário para abrir a atuação em territórios estrangeiros. Para ele, “apesar da frustração de não termos consolidado nenhum negócio nesta primeira participação, percebemos que é necessária a consistência na atuação e mesmo pequenos ajustes nos produtos para se adaptar ao mercado local”.
Ricardo Rodrigues, da NDT Design
Entre os mais experientes na feira, Ricardo Rodrigues, da NDT Design, avalia sua quarta participação na ICFF, sendo três pelo Projeto. Nesta edição, o designer estabeleceu acordo com quatro novos varejistas para representar sua linha de móveis e objetos. Para ele, o fato de ter uma base nos Estados Unidos ajuda no posicionamento da marca e abre a oportunidade de maiores e novos negócios. “Devo muito ao Projeto e ao reconhecimento que hoje a nossa marca tem no mercado americano”, explica.
A coordenação do Projeto está em fase de negociação do novo convênio com a Apex-Brasil para o período de julho/2018 a 2020. A mostra itinerante “O Sentar do Brasileiro”, apresentada em abril durante a Semana de Design de Milão sob narrativa da historiadora e crítica de design Ethel Leon, segue para a Embaixada Brasileira em Londres, em setembro, simultânea a London Design Festival. Atualmente, cerca de 40 designers fazem parte da iniciativa.
Sobre o Projeto Raiz
O Projeto Projeto Raiz (Raiz Project) foi criado em 2012, como um braço do Projeto Orchestra Brasil (existente desde 2006), uma parceira entre o Sindmóveis e a Apex-Brasil, voltada para a internacionalização da cadeia de fornecedores da indústria moveleira brasileira. Em 2012 foi então inserido o segmento de design que em 2014 recebeu o nome de Projeto Raiz (Raiz Project), como resultado do Design Challenge, uma iniciativa desenvolvida ao longo do último ano com os estúdios, onde o objetivo era gerar experiência na criação de produtos a partir da visão de uma equipe norte-americana. A marca expressa a soma de culturas que alimenta a criatividade nacional.
A partir de ações voltadas para a conquista do mercado internacional o Projeto Raiz (Raiz Project) intensifica estratégias de posicionamento do setor no mercado externo, potencializa a utilização de contatos e relatórios de inteligência comercial para os designers, promove maior compartilhamento de informações e experiências entre as empresas, orienta o avanço da promoção e a entrada dos designers de móveis nos mercados prioritários com todo suporte necessário e a partir da segmentação do grupo conforme seu nível de internacionalização.
Site: orchestrabrasil.com.br
Fontes:
Publicado em: 2018-05-30