Comitiva do Terminal de Contêineres de Rio Grande visita empresas moveleiras de Bento para conhecer processo de estufagem de cargas
A fiscalização física de contêineres pela Receita Federal no porto de Rio Grande gera um problema com múltiplas consequências para o setor moveleiro local. Por se tratar de uma carga avulsa e delicada, os carregamentos de móveis que caem no chamado Canal Vermelho geralmente sofrem danos no manuseio que, por sua vez, resultarão em custos com assistência técnica, trocas e desgaste da imagem do fabricante. Em geral, as cargas são escolhidas aleatoriamente, mas um problema que já havia sido sanado anos atrás voltou a ocorrer, aumentando a conferência de lotes moveleiros: a diferença entre o peso descrito na nota fiscal e o verificado na pesagem da alfândega.
Quando a divergência ultrapassa a tolerância de 5%, a equipe de armazenagem do Terminal de Contêineres de Rio Grande (Tecon) é obrigada a informar a Receita Federal e, consequentemente, a carga passa por conferência. “Pode ser necessária uma atualização das tabelas usadas para cálculo da pesagem do produto ou embalagem”, aponta o encarregado de cargas especiais do Tecon, João Manczak.
Para minimizar o problema, uma comitiva do Tecon liderada pelo representante do terminal na Serra Gaúcha visitou empresas de Bento Gonçalves na última quinta-feira, 19, acompanhando o processo de estufagem de contêineres para exportação e cabotagem (transporte na costa brasileira). O intercâmbio integra as ações do Comitê de Logística do Sindmóveis, que conta com o apoio da Movergs. Durante todo o dia, um supervisor de armazenagens, um analista comercial e dois conferentes de cargas acompanharam a linha de embalagem e o carregamento de contêineres nas empresas Politorno e Bertolini.
Em 2011, 65 dos 3.064 contêineres de móveis exportados via Tecon caíram na fiscalização. Apesar de não haver normas que determinem a recolocação da carga no contêiner como armazenada originalmente, o intercâmbio entre Sindmóveis e Tecon deve melhorar o processo de fiscalização, evitando a perda de mercados pelo setor moveleiro em função de avarias ocorridas no transporte. “Nossos desafios no mercado externo já são inúmeros. A perda de produtos na exportação não pode ser mais um”, avalia a presidente do Sindmóveis, Cátia Scarton.
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Publicado em: 2012-04-23