O segundo semestre de 2014 foi desfavorável para o polo moveleiro de Bento Gonçalves. O faturamento nominal das empresas, que já vinha caindo a uma média de mais de 5% no primeiro semestre, deve encerrar o ano com balanço negativo. Com o baixo crescimento da economia em geral, já existe uma deterioração de expectativas de crescimento para o próximo ano e o setor deve acompanhar essa tendência.

Organizações internacionais como o FMI e a OCDE já revisaram algumas vezes para baixo o PIB do próximo ano. O último relatório Focus divulgado pelo Banco Central mostra que as expectativas de mercado apontam para um crescimento do PIB inferior a 1% em 2015. As sondagens industriais do CNI, que contemplam a indústria moveleira, sugerem uma baixa demanda e atividade para 2015.

O presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, salienta que as dificuldades do ano foram acentuadas pelas incertezas diante do ano eleitoral e da Copa do Mundo. A fabricação nacional de móveis entrou em 2014 com quatro anos consecutivos de crescimento após a crise de 2009 – média de 5,2% por ano até 2013. Entretanto, ao longo desse ano, a indústria de Bento Gonçalves reduziu em 3,6 % a força de trabalho (janeiro/outubro), além de registrar queda no faturamento de 3,7 % de janeiro a outubro ante o mesmo período do ano anterior. As exportações tiveram queda de 14% de janeiro a novembro. 

De acordo com Tecchio, será crucial em 2015 que as empresas busquem incrementar competitividade. “Acreditamos que ela pode ser alcançada com estratégias que envolvem o design e o foco no consumidor, além da busca constante em diversificação de mercados e inovações tecnológicas”, defende. O Sindmóveis vem reforçando suas ações de qualificação ao associado e buscando, por meio de seu Comitê Internacional, novas oportunidades no mercado externo. Além disso, o Salão Design, prêmio realizado desde 1988 pela entidade, integra criatividade e inovação tecnológica a móveis e acessórios por meio do design.